quinta-feira, 5 de novembro de 2009

tião rocha em ermelino matarazzo

Treinamento Educação Popular com Tião Rocha/Ednalva

Manoel de Barros “Aquele que desaprende 8h por dia vira sábio”
Tião contou a história do CPCD e as perguntas que fez a si próprio e que acabaram por dar vida ao projeto: se era possível fazer educação sem escola e se é possível fazer uma boa educação em baixo de um pé de manga.

Algumas respostas que ele foi colhendo durante sua vivência: educação só acontece no plural, o professor ensina e o educador aprende, é possível fazer uma boa educação fora da escola e, tudo isso foi gerando novas perguntas que foram sedimentando o projeto.
Alguns pontos importantes do projeto são a biblioteca que funciona 24h como um hospital, devolveu à população do Vale do Jequitinhonha o sentimento de que o lugar deles era lá (meu lugar é aqui!), aprender o ponto de vista do outro, respeitando as diferenças, pois é ai que a gente se completa, e que o exercício mais importante a fazer é como agregar todos os pontos de vista de um grupo que, inicialmente, é um bando, mas, que se pretende transformar num verdadeiro time. Tião falou também da diferença entre piscadela e piscadela, para poder perceber as diferenças e que para construir um time é necessário ter em mente sempre 3 coisas: ser bom pra mim, bom pro grupo e bom pro projeto.

Dinâmicas:

- Crachá – cada um faz seu crachá com o nome que gosta de ser chamado e uma característica com a inicial do nome. Em seguida em duplas um se apresenta ao outro para depois, trocando os crachás um se apresentar como o outro. Pudemos verificar como facilitou a escuta ativa entre as pessoas e também como nos contatamos com nós mesmos, com nossas características e sentimentos para passar ao colega sem intereferências.
- bola - jogar bola repetindo os nomes, sem deixar cair. Cada vez que cai a bola volta ao início e retoma os nomes na mesma sequência. Facilita guardar os nomes do grupo e após vencer o desafio ao grupo de não deixar cair, gerqando cuidado um com o outro, passa a diminuir o tempo como um novo desafio, criando união entre o grupo e sentimento de superação.
Após os jogos a discussão fica para sedimentar o aprendizado onde cada um expõe o que percebeu.
No 2º dia começamos com 10 bolinhas de tenis recuperando a sequência dos nomesz do 1º dia. O exercício dava 5 oportunidades para colocar o maior n´mero de bolas dentro do saco, após fazer a sequência e sem deixar a bola cair. Após o exercício ficou a reflexão sobre os dois exercícios do 1º e do 2º dia e qual deles tinha mais a ver com a realidade da comunidade. Como administrar os pontos críticos sem excluir, levando em conta as dificuldades individuais. Tião após o exercício deu um exemplo de uma cidade no Maranhão em queo índice de mortalidade infantil era grande e comparou com a bola que cai, que poderia ser um menino que perdemos e que o melhor método é aquele que faz a gente ganhar o jogo. Em seguida falou sobre a MDI - maneiras diferentes e inovadoras de solucionar um problema.
O 2º jogo foi com a ajuda de um novelo de lã, jogando na mesma sequência do outro, só que dessa vez falando eu sei, eu faço e eu quero, expressando os saberes, fazeres e quereres de cada um. Após o exercício a teia formada pela lã foi colocada no chão e comparado a um mapa da comunidade. Tião pediu então para que as pessoas ocupassem os espaços formados no chão e cada um foi ocupar um dos espaços deixando muitos vazios. Então questionou os espaços vazios e fez com que pensássemos sobre eles e uma nova forma de ocuparmos os espaços, pensando nos espaços vazios também. Então o grupo ocupou novamente os espaços andando sobre eles, como se fossemos donos de todos os espaços e novamente parou para reflexão. Na sequência propos uma nova forma e assim o grupo ocupou vários espaços com seu corpo ao mesmo tempo. Então Tião propos para pensar novamente de que maneira os moradores se organizavam na comunidade.
Em seguida passou uma série de slides sobre formas organizativas, foirmas de fazer, sistemas de decisão, meio ambiente, relação de produção, memória e visão do mundo como componentes identificadores sociais que definem e constroem a cultura de um grupo.
No 3º dia, após o jogo do avião, em que nos dividimos em dois grupos, cada um com 4 aviões (cegos), um comandante (mudo) e o restante como minas e que combinássemos em grupo como fazer para guiar o avião de um lado a outro, passando pelas minas e pousando nas cadeiras do outro campo, refletimos sobre sensações vividas pelo grupo e processos para chegar ao resultado e como se poderia melhorar e também como fomos limitados deixando de utilizar o que não havia regra específica como o avião se comunicar com o comandante. Em seguida perguntou ao grupo quem era o avião, a mina e o comandante na comunidade. Após muitas reflexões e tentativas Tião esclareceu que o comandante deveria ser sempre os objetivos a alcançar e que o time existe em função dos objetivos.
Tião mostrou slide com dois gráficos sobre conceitos básicos de cultura e educação no Tic e Tac, ou seja, mudar de (tic)teconologias de informação e comunicação por (tac)tecnologia de aprendizagem e conhecimento. Falou sobre o olhar para o copo cheio ou o copo vazio e que olhar para o cheio é considerar o potencial humano existente na comunidade, ou IPDH.

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